segunda-feira, 25 de julho de 2016

Dois jovens brasileiros ganham o Prêmio Impacto na Comunidade de 2016 com projeto de despoluição da água através do uso de sementes de moringa


Semana passada a Google anunciou os vencedores do Prêmio Impacto na Comunidade de 2016, um projeto da empresa estadunidense que integra a competição Google Science Fair e que teve este ano um projeto brasileiro entre os ganhadores. 

 
Letícia e João. Foto: divulgação.
O objetivo do projeto da Google é estimular jovens na faixa etária entre 13 e 18 anos a buscar desenvolver soluções inovadoras que beneficiem a sua comunidade através do estudo e da pesquisa científica. “Ela [Google Science Fair] incentiva os jovens a mudar o mundo por meio de pesquisas científicas e da solução de problemas. Eles aprenderão sobre o tópico que escolherem, além de desenvolver habilidades importantes ao longo da competição”, afirma o portal oficial do projeto.

A primeira edição da feira de ciência patrocinada pela Google, Lego, Virgin Galactic, National Geographic e Scientific American teve sua primeira edição no ano de 2011. A novidade deste ano, porém, é a vitória de dois brasileiros: João Gabriel Stefani, de 15 anos, e Letícia Pereira de Sousa, de 18, que moram em Fortaleza e desenvolveram o projeto Semente mágica que visa promover a despoluição da água através do uso de extratos da semente de Moringa.

Confiram o resumo do projeto extraído do site oficial da competição. O projeto na integra pode ser encontrado no site: www.googlesciencefair.com


Semente mágica: Transformação de água poluída em potável

O projeto utiliza extratos da semente de Moringa oleífera para despoluir a água. Essa semente tem propriedades coagulantes que facilitam a purificação de diversos materiais orgânicos presentes na água suja. Ela também reduz a quantidade de microrganismos presentes na solução, tornando a água potável. Pretendemos usar o projeto para levar água potável para comunidades que não têm acesso a ela, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Segundo a ONU, a água poluída mata mais pessoas do que todas as formas de violência, incluindo as guerras. Queremos, portanto, usar uma alternativa simples e barata para resolver esse problema.

Resumo

Com os recentes desastres ambientais na baía do Rio Doce, um problema ficou claro: a poluição da água que muitas pessoas utilizam para subsistência. Contudo, esse desastre foi apenas um caso que mimicou a dura realidade que diversas pessoas vivem. Em muitas regiões, as pessoas consomem água imprópria para consumo, que podem conter não apenas contaminantes químicos, mas também agentes patológicos biológicos.

Quando se pensa em tudo isso, a primeira idéia que nos vem à cabeça é o tratamento da água. O que poderia ser feito para que todos tenham acesso à água potável? Em busca de uma solução para isso, nós pretendemos utilizar a semente de Moringa oleífera, um coagulante natural barato, viável e totalmente biodegradável. Nossa intenção era encontrar a forma mais eficiente de utilização da solução de Moringa oleífera, bem como a sua concentração ótima, de modo a conseguir uma menor cor da água em menor tempo.

Descobrimos que, além de ser um ótimo coagulante, a semente possui também propriedades antimicrobianas, se destacando dos coagulantes inorgânicos, como o sulfato de alumínio, por isso. Chegamos a conclusão de que os extratos da Moringa Oleifera pode tornar a água potável, de maneira tão eficiente quanto usando floculantes não orgânicos, se destacando desses pelo controle de patógenos e pelo baixo custo. Nossa próxima meta é arranjar um meio de aplicação viável do projeto na sociedade, fazendo com que esta se beneficie pelo excelente custo-beneficio da Moringa, além de estar contribuindo para a solução de um dos maiores problemas mundiais atualmente.

 
Fontes consultados para a postagem:


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CARTA EM DEFESA DO PIBID - FORPIBID - O Geographia Mundi apoia esta causa!

Por mais e melhor formação de professores, por mais qualidade na escola pública 

O FÓRUM NACIONAL DOS COORDENADORES INSTITUCIONAIS DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA ­ FORPIBID ­ vem manifestar­se, com veemência, pelo fortalecimento do PIBID e do PIBID Diversidade e contra os cortes de, pelo menos, 50% do número de bolsas em 2016, anunciados pela CAPES. Os Programas têm contribuído com a formação de qualidade de uma nova geração de professores da Educação Básica, constituindo­se em uma referência no sentido da valorização da educação e de seus profissionais. 

O êxito do PIBID e PIBID Diversidade deu ensejo a mudanças na legislação educacional, responsabilizando o governo com a manutenção dos Programas. O Plano Nacional de Educação (Lei nº 13.005/2014) institui metas para a formação de professores, incluindo a estratégia de ampliar o PIBID como uma das medidas sistêmicas para a melhoria da qualidade da educação pública em todos os níveis e modalidades. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (alterada pela Lei nº 12.796/2013) estabelece o incentivo à formação de profissionais “mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência aos licenciandos” e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores (Resolução CNE/CP nº 02/2015) exigem reformas nas licenciaturas, aproximando­as das características e dimensões da iniciação à docência realizadas pelos Programas. 

O PIBID é uma política de estado de caráter estruturante, que cria mecanismos concretos de articulação entre instituições e sujeitos de Norte a Sul do país, movimentando uma rede de trabalho e formação. O ideal de uma educação de qualidade como direito de cada brasileiro, nos Programas, se traduz em atividades planejadas de investigação, inovação e formação docente. Nessa rede, o conhecimento compartilhado sobre o trabalho/formação considera a pluralidade de escolas públicas, estimula enraizamento na cultura local e provoca o olhar para as conexões com o não­local. 

O PIBID lida com demandas que se acumularam no campo da educação. Assim, vem contribuindo para aumentar o interesse dos jovens pela profissão docente, ajudando-­os a construir a própria identidade profissional e a permanecer na licenciatura até concluir os estudos. Em paralelo, também contribui com a profissionalização e formação continuada dos professores formadores e inaugura um espaço privilegiado de diálogo e de trabalho integrado, derrubando os muros que separavam Instituições de Ensino Superior (IES) e escolas da Educação Básica. 

Fragilizar o PIBID e PIBID Diversidade é um grave equívoco da CAPES/MEC, especialmente, diante do “apagão” previsto com a falta de professores para as escolas públicas. Os cortes anunciados, sob o pretexto de recuperar “perdas” geradas pelos Programas implicam em descontinuidade política, fenômeno nefasto que marcou historicamente o campo da educação. Na verdade, dada a capilaridade e institucionalização alcançada, os cortes podem anular o esforço empreendido em regime de colaboração para edificar a política nacional de formação de professores. Tal ruptura implica não só na perda do investimento feito até aqui, mas no atraso de um projeto de educação que está em marcha, no adiamento ao combate às desigualdades, injustiças e problemas sociais, os quais sem a educação não serão jamais vencidos. 

Em respeito ao Estado Democrático, e enquanto sujeitos de direito, conclamamos a todos que almejam uma educação pública, gratuita e de qualidade para que somem forças em defesa do PIBID e PIBID Diversidade. Com efetiva responsabilidade, os atores que sustentam esse Programa mostram que é possível formar mais e melhores professores para a Educação Básica. Unamos forças para que os Programas possam avançar em conjunto com as políticas da educação e venham a contribuir para a construção de escolas melhores e, consequentemente de uma sociedade de fato democrática. 

Brasília, 25 de janeiro de 2015.


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